A importância do acolhimento de adolescentes na escola

Você já se perguntou sobre a necessidade do acolhimento de adolescentes na escola?

O acolhimento na escola das crianças menores com carinho, atenção, cuidado e uma dose extra de fofura não é algo particularmente difícil quando se olha para olhinhos infantis cheios de beleza, inocência e certo desamparo. 

Quando crescem um pouco mais e começam os Anos Finais do Ensino Fundamental, muitos dos antigos “anjinhos” podem se apresentar com componentes de questionamento, isolamento, revolta ou mesmo desobediência. 

O que significa apenas que, mais do que nunca, precisam ainda mais daquele acolhimento recebido na tenra infância. De que forma, então, a instituição de ensino pode melhor acolher o adolescente na volta às aulas?

Quer saber mais sobre o acolhimento de adolescentes na escola?
Então, confira nosso conteúdo que preparamos sobre o tema!

O Acolhimento de adolescentes na escola e suas particularidades

O Acolhimento de adolescentes na escola e suas particularidades

Bastante desafiador e impactante, não é? Todo um processo que resulta em mais do que alterações hormonais ou físicas, mas, como bem afirma o texto acima, também mentais e sociais. 

Uma fase em que muitos estudantes se encontram mais calados, introspectivos ou exatamente o contrário disso: mais questionadores, irritados, querendo ser ouvidos de toda forma, muitas vezes, utilizando-se de meios violentos, como incitação de brigas e discussões. É, realmente, um momento dos extremos.

Consequências do não saber lidar

Um desafio maior, então, é lidar com adolescentes e planejar a melhor forma de promover um acolhimento efetivo? Sim.

Do qual, entretanto, ninguém pode se desviar.  Nem família, nem escola. Afinal, quando isso não acontece, as consequências podem ser variadas e os resultados, no ambiente escolar, já conhecidos: desordem, reprovação, evasão.

Claro que há uma série de fatores que podem estar relacionados às três consequências citadas acima. Entretanto, a falta de interesse por parte dos alunos é uma das principais causas nos anos finais da escolarização. 

Ausência que pode acontecer por uma gama variável de motivos e que pode tentar ser revertida, por exemplo, com a apresentação de um conteúdo escolar mais contextualizado com a realidade do estudante. 

O bullying, muitas vezes, também pode fazer os estudantes se recusarem a ir à escola. Deve ser, portanto, um tema a ser trabalhado de forma consistente e rotineira dentro da instituição de ensino.

Dicas de acolhimento na escola para pais de adolescentes

É preciso começar a deixar os filhos mais preparados para a rotina escolar, criando ou reforçando hábitos que eles precisarão adotar ao voltarem às aulas.

Atitudes que podem, também, estimular sua independência sem, entretanto, que os pais deixem de estarem presentes.

Coisas que podem ser “treinadas” mesmo nas atividades rotineiras da casa:

  • Estimular o estudante a levantar com tempo para tomar um café da manhã reforçado, sem pressa, que o deixe com energia para a maratona que virá a seguir. Da mesma forma, a qualidade do sono deve ser observada. De acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono, por exemplo, adolescentes com idades entre 13 e 18 anos devem dormir de 8 a 10 horas por noite.
  • Limitar o tempo em frente às telas. Sim, é desafiador retirar adolescentes do universo de mensagens, streamings e “TikToks” da vida. Muito tempo aplicado a essas atividades, entretanto, pode impactar, de maneira séria, a qualidade do sono e bem-estar geral. Pesquisas indicam que a imposição de um limite de uso de telas para diversão é associada à melhor cognição.
  • Balancear o tempo junto a aparelhos eletrônicos e telas é uma forma de desenvolver a autogestão. Pais/responsáveis e professores podem auxiliar, ainda, no desenvolvimento de outras habilidades de organização, que requerem aprendizado e prática. A tarefa de casa, por exemplo, costuma ficar mais extensa e intensa neste período colegial. Gerenciar esta carga de trabalho é essencial e pode ajudá-los a fazer tudo a contento, além de conseguir o tempo livre para a diversão. Para estas atividades, inclusive, é fundamental que o estudante tenha acesso a algum local silencioso e bem iluminado, com todos os materiais necessários à disposição. Deve estar longe, ainda, de distrações como telefones, TVs e dispositivos pessoais.
  • Estimular a manutenção de contato com os velhos amigos é muito importante. Vários adolescentes passam, também, pela mudança da instituição de ensino e afastamento de pessoas com quem mantinham forte vínculo afetivo, e isso pode ter algum impacto negativo nesse momento de adaptação.

Dicas para professores e equipe pedagógica

  • Monitoramento de aprendizagem e comportamento mais rotineiro, diário, que permita intervenções mais eficazes durante o ano letivo, não ficando apenas esta incumbência para os momentos dos Conselhos de Classe.
  • Discussão com os próprios estudantes acerca dos resultados do desempenho e do comportamento deles. Nunca com o objetivo de recriminar ou apontar sujeitos, mas de construir soluções conjuntas.
  • Criação de grupos de trabalho de iniciações científicas nos quais os alunos possam escolher seus grupos de trabalho (mesmo entre alunos de outras turmas), temas das pesquisas e os professores/orientadores.
  • Participação em atividades extracurriculares fornece oportunidades para interação social, desenvolve a independência, além de habilidades de trabalho em equipe e liderança.
  • Oferta de acolhimento psicológico, sem que seja algo impositivo, mas amplamente disponível. Importante, também, que as consultas aos terapeutas/psicólogos nas escolas sejam feitas de forma a manter o direito à discrição por parte do aluno.
  • Acolher adequadamente, com afetividade e doçura, não significa abolir a definição de regras. É importante que os adolescentes entendam que há consequências para comportamentos indesejados.  Estas regras precisam ser claras, diretas e fixadas em um local visível.
Pais e escola devem estar atentos


Pais e escola devem estar atentos

Para o acolhimento de adolescentes na escola a partir dos 12 anos, a comunicação bilateral atenta e rotineira é imprescindível. É importante, entretanto, estar atento também ao que eles não falam, mas expressam de outra forma. 

Desse rol, constam hábitos, atitudes e comportamentos como falta de atenção, interesse ou vontade de ir à escola; ansiedade, timidez ou agitação excessivas, ataques de pânico, agressividade, irritação e choro frequentes. 

O importante, nestes contextos, é perceber se a mudança de comportamento é fruto de uma dificuldade de compreensão ou relacionamento, sempre comparando com a maneira como este estudante agia antes da adolescência. 

A partir da constatação de um problema, é imprescindível que pais e escolas unam esforços para o encaminhamento a um profissional especialista.

Gostou de saber mais sobre o acolhimento de adolescentes na escola? Então, confira nosso conteúdo sobre os fatores de risco para comportamento transgressor dos alunos!

Patrícia Monteiro de Santana é jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco em 2000. Com atuações em veículos como TV Globo, Revista Veja e Diário de Pernambuco, além de atuante em assessoria de comunicação empresarial, cultural e política.