Carnaval em sala de aula: confetes, serpentinas e criatividade

Escola é espaço de aprendizado relacionado a diversas áreas do conhecimento, o que será de utilidade incontestável aos estudantes por toda a sua vida.

Local, também, de estímulo à interação social e à introdução, desde a mais tenra idade, aos variados conceitos relacionados à cultura, como o Carnaval dentro e fora da sala de aula.

Neste espaço onde a ludicidade pode, e deve, estar presente, nada melhor do que promover aprendizagens a respeito das tradições culturais de um povo, adaptada a cada faixa etária. 

No Brasil, a primeira festividade do ano é também, sem dúvida, uma das mais esperadas: o Carnaval. Além de manifestação artístico-cultural diversificada e plural, é também um momento de diversão e de exploração do potencial criativo de cada criança/adolescente.


Sendo assim, os professores podem tanto trabalhar a temática sem vinculação com componentes curriculares ou relacioná-la a alguma área de aprendizado.

Quer saber mais sobre como abordar o carnaval em sala de aula?
Então, confira nosso conteúdo que preparamos sobre o tema!

Carnaval em sala de aula e os componentes curriculares

Carnaval em sala de aula e os componentes curriculares

História – muito mais que uma data comemorativa, o carnaval é um marco representativo histórico e cultural do nosso povo.

Como sugestão, a/o docente pode abordar algumas questões que façam os alunos pesquisarem e refletirem sobre o tema.

Dentre elas: surgimento, alastramento pelo país e importância do Carnaval para construção da nossa identidade cultural.

Geografia – os estudantes podem pesquisar as variadas manifestações deste rico e complexo evento pelas diversas regiões e estados do país.

No Sudeste, ele apresenta-se de forma bem diferente da que acontece no Nordeste, por exemplo. Mesmo em uma determinada localidade, e até dentro dos seus estados, há também uma grande complexidade.

Tomando como exemplo o carnaval de Pernambuco, é possível identificar diferenças claramente visíveis entre as festas em Recife e Olinda, e entre estas duas cidades vizinhas e as localizadas mais ao interior do Estado. 

Matemática – os estudantes podem tentar calcular os gastos de uma festividade, considerando todos os itens e serviços necessários à sua realização, ou tentar dimensionar as proporções dos carros alegóricos presentes, notadamente, no carnaval baiano.

Ou ainda, trabalharem conceitos relacionados ao campo de “Grandezas e Medidas”, ao conceber alguma fantasia ou adereço a ser usado por foliões.

Arte – além da já clássica confecção das máscaras, fantasias, estandartes ou flabelos carnavalescos com materiais tradicionais ou reciclados, é possível tentar construir instrumentos musicais em sala de aula e/ou casa.

Uma atividade que ainda dialoga com questões como consciência ambiental, habilidades manuais, criatividade e senso musical.

Literatura – trata-se de uma das abordagens mais interessantes por trazer o adendo da curiosidade. Afinal, poucos sabem, por exemplo, que o primeiro bloco carnavalesco do país foi criado pelo escritor José de Alencar.

Intitulado Congresso de Sumidades Carnavalescas, a agremiação foi fundada em 1855 e tem esta origem aristocrática porque, nesta época, a folia era vinculada apenas às elites.

Além disso, Portinari pintou diversas telas sobre a festa e Manuel Bandeira possui uma coletânea de poemas intitulada Carnaval (1919).

Por que comemorar/celebrar o carnaval na escola?

Guardar as tradições populares e repassá-las para as novas gerações é, também, uma espécie de salvaguarda.

Conhecendo as festividades importantes para a história de um país, as crianças podem compreender melhor como elas surgiram e o porquê precisam ser preservadas na memória e na vivência popular.

Lembrando que um evento escolar não precisa, necessariamente, ser uma festa. Há várias outras formas de celebrar uma data ou festividades, tais como apresentação de trabalhos, palestras, workshops, atividades beneficentes ou feiras, por exemplo. O formato, na verdade, é o menos importante.

O essencial é que os estudantes possam colaborar com a sua realização. Melhor ainda se os pais participarem também.

Esses eventos são, ainda, uma ótima maneira de reunir a escola, os alunos e seus familiares em uma situação positiva, ao contrário das circunstâncias emergenciais em que, muitas vezes, alguns desses encontros acontecem. 

Valorização Nacional

Valorização Nacional

Mesmo estando a tantos quilômetros dos Estados Unidos, é comum que várias escolas brasileiras comemorem uma data típica dos norte-americanos (e não nossa): o Halloween.

Sem demérito de nenhuma manifestação cultural de qualquer parte do mundo, é importante que as crianças, desde cedo, aprendam a comemorar as datas festivas nacionais, como valorização adequada da sua própria cultura.

Em um país tão rico culturalmente como o Brasil, isso vale não apenas para o Carnaval, mas para ocasiões como Mês do Folclore, Dia do Índio, São João, Chegada da Primavera ou Independência do Brasil, além das festas típicas de cada cidade, estado ou região.

Interação Social

O papel da escola, enquanto agente estimulador de interação social entre os alunos, encontra, nesses eventos, mais um campo de ação. É algo que proporciona mais troca entre os estudantes, além de expandir seus círculos sociais.

Na preparação e durante a realização do encontro, crianças e adolescentes relacionam-se também com outros docentes e funcionários da escola, além das famílias de seus colegas. Nos eventos abertos ao público externo, ainda podem interagir com desconhecidos de diferentes características e localidades.

Atividades práticas

Atividades práticas

Neste tempo em que as telas das TVs, smartphones e aparelhos semelhantes ocupam tanto espaço na vida de crianças, desde cedo, o aluno precisa ser cada vez mais estimulado à prática de atividades “offline” e interativas, de forma presencial.

Nada mais indicado, então, do que aproveitar uma festa temática para estimular esta dinamicidade.

Falando (mais) sério

Por mais que estejam na escola e ainda não totalmente inseridos nos hábitos comportamentais típicos da vida adulta, muitos estudantes (notadamente os adolescentes) já entendem que o período carnavalesco não é composto apenas por confetes, serpentinas, festa e muita alegria.

Essa é, também, uma época do ano em que as pessoas costumam praticar excessos relacionados a drogas lícitas ou ilícitas.

Uma ótima oportunidade, então, de debater e fazer rodas de conversa a respeito do uso abusivo (e, às vezes, proibido de certas substâncias) e suas consequências, como problemas de saúde e acidentes de trânsito.

Gancho, também, para abordar a questão da educação sexual, importância do uso de preservativos e assédio.

A Sétima Arte e o Carnaval

Assim como muitos aspectos da história de um país, o Cinema também já retratou esta típica e grande manifestação artístico cultural brasileira que é o Carnaval.

O resgate da memória cultural desta festividade e sua importância para a compreensão de parte da história do Brasil pode gerar uma conversa bastante profícua entre estudantes e professores.

Confira, a seguir, algumas dicas de filmes nacionais que abordam esta temática:

Infográfico filmes carnaval

Gostou de saber mais sobre como abordar o carnaval em sala de aula? Então, confira nosso conteúdo sobre a importância das emoções na consolidação das memórias!

Patrícia Monteiro de Santana é jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco em 2000. Com atuações em veículos como TV Globo, Revista Veja e Diário de Pernambuco, além de atuante em assessoria de comunicação empresarial, cultural e política.