Como usar Inteligência Artificial para personalizar o ensino

A educação pode (e, na verdade, considerando o período em que estamos, até deve) estar lado a lado com a tecnologia, acompanhando tendências e abraçando a inovação. Nesse sentido, aprender a usar inteligência artificial para personalizar o ensino pode ser o fato que falta para torná-lo um professor moderno e alinhado com o seu tempo.
Enquanto muitas pessoas enxergam a IA como uma ferramenta preciosa, outros torcem o nariz e acreditam que ela pode trazer mais malefícios do que benefícios. Seja como for, verdade seja dita: essa novidade tecnológica veio para ficar.
Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), sete a cada dez estudantes universitários ou interessados em cursar uma faculdade usam frequentemente ferramentas de inteligência artificial nos estudos, sendo 29% diariamente e 42% semanalmente.
O levantamento, feito em julho de 2024 com 300 participantes de todas as regiões do Brasil, mostra que 80% conhecem plataformas como ChatGPT e Gemini. Em comparação com 2023, houve um aumento de 11% no conhecimento sobre IA e de 18% no uso.
Enquanto isso, um levantamento do Instituto Semesp mostra que três em cada quatro docentes concordam parcial ou totalmente com o uso de tecnologia e inteligência artificial como ferramenta de ensino, embora apenas 39,2% a utilizem regularmente em sala de aula.
Realizado com 444 professores da educação infantil ao ensino médio de todo o país, o estudo aponta que, apesar do reconhecimento dos benefícios, como o acesso mais rápido à informação, há também desafios estruturais e pedagógicos, como falta de internet, formação inadequada e dificuldades em manter a atenção dos alunos.
Os benefícios de usar Inteligência Artificial para personalizar o ensino
A partir desses dados, podemos observar que a IA é cada vez mais aceita nos dois lados da sala de aula: tanto pelos alunos quanto pelos próprios professores. Ensinar nos tempos atuais, em que os estudantes têm todas as respostas literalmente na palma da mão, e podem jogar perguntas para que simplesmente o ChatGPT responda, é um desafio.
Mas fingir que a inteligência artificial não existe e não faz parte do cotidiano dos jovens é a pior saída, como tapar o Sol com a peneira. O melhor a fazer é aceitar essa nova realidade que vivemos e moldá-la ao seu favor. Em vez de proibir o uso, implementar em sala de aula estratégias pedagógicas que incluam a IA como ferramenta de apoio ao aprendizado.
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Dessa forma, os professores ficam um passo à frente e conseguem observar e conduzir essa utilização de perto, orientando os alunos sobre como aproveitar deste recurso de forma crítica, ética e produtiva, seja para pesquisar, revisar conteúdos, desenvolver projetos ou resolver problemas do dia a dia acadêmico.
Como usar Inteligência Artificial para personalizar o ensino
Já está claro como a utilização da IA pode contribuir para um ensino mais dinâmico e inovador, então agora cabe trazer à tona exemplos mais práticos de como fazer isso no dia a dia, em meio às aulas.
1. Planos de aula com o ChatGPT
O ChatGPT pode ajudar o professor a elaborar um plano de aula personalizado de acordo com as necessidades daquela turma específica. Aqui vão algumas ideias de comando (prompt):
“Crie um plano de aula de português para alunos do 8º ano que estão com dificuldade em interpretar textos narrativos. Inclua atividades práticas, uso de tecnologia e sugestões de avaliação.”
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“Monte um plano de aula de matemática para o 1º ano do ensino médio, usando como tema central o futebol para ensinar funções do 1º grau. Adapte o conteúdo para alunos com baixo engajamento e inclua dinâmicas em grupo.”
2. Mapas mentais
Inteligências artificiais voltadas ao texto, como o ChatGPT, podem ajudar a desmembrar um conteúdo muito extenso e complicado em mapas mentais ou tópicos, assim os alunos conseguem aprender de forma mais fácil e rápida. Para isso, basta usar comandos como:
“Resuma esse texto em tópicos claros e objetivos para alunos do ensino médio.”
“Transforme este conteúdo em um resumo com linguagem simples e exemplos práticos.“
“Organize esse conteúdo em formato de mapa mental com categorias e subcategorias.“
Depois, o professor pode usar os tópicos sugeridos e montar o mapa mental em ferramentas específicas para isso, como MindMeister ou Whimsical, que deixam o conteúdo esteticamente agradável e mais chamativo. É um recurso que pode ser muito eficiente em ocasiões como revisão de prova.
3. Textos adaptados
Outra forma de aproveitar a IA é por meio de ferramentas como o Scribe e o Diffit, que permitem adaptar automaticamente textos e conteúdos conforme o nível de leitura e compreensão dos alunos, tornando o ensino mais inclusivo.
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Por exemplo: um texto de ciências sobre o ciclo da água pode ser simplificado com frases curtas, linguagem acessível e explicações visuais para alunos com dificuldades de leitura, enquanto a mesma informação pode ser reescrita com vocabulário técnico e aprofundamento conceitual para alunos com alto desempenho.
Conclusão: a IA pode ser uma aliada
A questão já não é impedir o uso da IA em sala de aula, mas saber como usar inteligência artificial com sabedoria e perspicácia para que os alunos tenham acesso a essa ferramenta que vai fazer parte da vida deles no futuro (em muitos casos, até integrando suas funções profissionais).
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