motivação para ensinar

Parece uma frase para (auto)motivação. E é, se considerarmos que a motivação, de um modo geral, pode estar relacionada a fatores intrínsecos e a falta de motivação a fatores extrínsecos.  

Todos os professores vêm sentindo há algum tempo a diferença em dar aulas não-presenciais. Neste período de pandemia, as mudanças e necessidades estão exponencialmente evidenciadas. Muitos afirmam: estamos tendo que nos reinventar. 

Mas será que estamos verdadeiramente precisando inventar? Na realidade, será que nós, profissionais da educação, não estamos necessitando usar atropeladamente o que já estava à nossa disposição e resistíamos em postergar?

Claro que essa postergação se deu por motivos estruturais e sistêmicos, alguns óbvios e outros nem tanto. Enfim, tivemos nossas condições de trabalho afetadas da noite para o dia e, assim como antes, os estudantes continuam dependendo de nossa capacidade adaptativa, criativa e resiliente.

Lembro aqui de conceitos de Stephen Covey (2017) no livro “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, que traz lições poderosas de transformação pessoal como a reflexão a respeito do círculo de influência (aquilo que você pode fazer) e do círculo de preocupação (aquilo que pode lhe dizer respeito, mas sobre os quais você tem pouca ou nenhuma influência). Concentre seus esforços no seu círculo de influência!  

Voltando ao título… “Como aprender” é um dos termos mais utilizados em ferramentas de busca, no entanto aprender é algo intrínseco ao ser humano – aprendemos grande parte das coisas que sabemos sem ter aulas (institucionais) para isso; para outra parte, porém, é necessário interagir em um processo estruturado de ensino e de aprendizagem.

A motivação vem de nós mesmo!

Seja como for, nosso cérebro é capaz de aprender qualquer coisa, entretanto, otimizar a capacidade cerebral depende de um trabalho constante. Aprender é um processo contínuo cuja potencialização depende da nossa memória (aquilo que é relevante permanece disponível para uso futuro).

Assim, existem aqueles que aprendem fazendo: são inquietos, ativos, assumem muitas tarefas e os riscos. Criatividade, criticidade, sociabilidade e colaboração, são características daqueles que aprendem a partir da análise de situações. 

Penso a aplicação prática de um novo conceito como típica das pessoas estrategistas e lógicas, enquanto os reflexivos e conceituais, interessam-se por ideias abstratas e conceitos teóricos. 

Independentemente de como cada um aprende, o aprender a que me refiro aqui e que grita na sociedade contemporânea, não se refere apenas a itens de tecnologia de ponta, mas principalmente em rever conceitos e, consequentemente, atitudes – mudança de mindset (mentalidade em tradução livre do inglês).

Precisamos de competências e habilidades sim. Sobretudo as socioemocionais. A Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2018), propõe isso claramente e não somente para os estudantes da educação básica, mas em primeiro plano, para todos os educadores. 

Lembremos que as competências gerais nos direcionam para o conhecimento, cultura, tecnologia, entre outros aspectos relevantes. É incoerente pensar que nossos alunos necessitam adquirir competências gerais e específicas e nós não. 

A tecnologia a nosso favor

Independente da tecnologia avançada, precisamos estar constantemente abertos para uma interação global e próxima, ter pensamento adaptável e criativo, trabalhar colaborativamente do planejamento à construção. E fazer com que crianças e jovens também se apropriem disso. Isso é educação no século XXI.  

Enfim, reconhecer que é necessário desaprender e reaprender e aprender a aprender tornou-se imprescindível, uma vez que novas informações e conhecimentos surgem constantemente. Adquirir novas habilidades e/ou atualizar suas habilidades é uma característica fundamental para o profissional de qualquer área que deseja estar preparado para a evolução e mudanças que surgem a cada dia. 

Dado o estabelecimento de novos modelos de relações e ensino dentro e fora do ambiente escolar, da compreensão que nossos estudantes são nativos digitais, de que necessitamos constantemente investir em nosso capital intelectual e que aprender a lidar com o novo depende do nosso engajamento, vamos utilizar a metáfora de primeiramente pôr a máscara de oxigênio em nós e depois nos outros. 

Dicas de motivação para o estudo

Para sistematizar o estudo, seguem algumas dicas: 

Gerenciar o tempo é fundamental, elimine a procrastinação. Estipule um tempo para aprender (25 minutos por exemplo), prepare-se para não receber estímulos externos  (como telefonemas), foque completamente na tarefa (pode ser uma leitura, assistir um vídeo), pause para tomar um café, navegar na internet, reinicie e repita outras vezes até notar que sua atenção está comprometida. 

Escolha assuntos afins pois o cérebro funciona de forma mais eficiente quando associa em blocos.  Concentre-se no processo e não apenas no resultado. Processos se relacionam com hábitos simples, associados a começo, meio e fim enquanto o produto é resultado de uma tarefa ou obrigação. 

Aprender é um processo gradual, por isso amontoar informações para tentar fixá-las no último momento nunca será o caminho mais efetivo. Busque sempre aprender algo novo. Isso mantém o cérebro alerta para absorver novos conhecimentos e mais ágil no resgate de informações da memória de longa duração.

Ao conferir um trabalho, um relatório ou uma apresentação, uma dica é iniciar pelo fim, uma forma mais fácil para o cérebro de identificar possíveis erros. Sumarizar informações ajuda muito sua fixação, escrevendo de forma resumida com as próprias palavras.  

O processo de aprender não é simples, cada pessoa apresenta uma forma própria de processar e reconstruir novos conhecimentos, de reagir de forma diferente a situações impostas, principalmente quando extremas.

Porém, aprender é um ato vital porque o cérebro necessita de constante atividade, movimento e experiências energizantes durante toda a vida para ser capaz de viabilizar a transformação de teoria em ação, do desejo em realidade. 

Bons estudos! 

Referências

A capacidade de aprender, desaprender e reaprender. Entretanto, 2019. Disponível em: <https://entretantoeducacao.com.br/professor/a-capacidade-de-aprender-desaprender-e-reaprender/> Acesso em: 6 de maio de 2020. 

 Aumente sua produtividade nos estudos com a Técnica Pomodoro. Guia do Estudante, 2019. Disponível em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/dicas-estudo/veja-como-aumentar-a-sua-produtividade-nos-estudos-com-a-tecnica-pomodoro/> Acesso em: 6 de maio de 2020. 

COVEY, Stephen R. Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes2017  

Keyla Almeida de Mendonça Abreu 

Pedagoga, Professora, especialista em Gestão Escolar. 

Assessora Pedagógica das Editoras Ática, Saraiva, Scipione, na Rede Pública.