15 de outubro, 2020 - Por e-docente
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Escolas vazias, sem a circulação de crianças e de jovens ocupando os espaços com sons e movimentos. A presença física faz falta: escola sem gente não parece escola. De repente, tivemos que nos afastar dos espaços e das pessoas e as demandas escolares e as atividades extracurriculares ganharam um escopo diferente.
Vamos começar dizendo distanciamento “físico”, afinal, socialmente podemos continuar os relacionamentos nos espaços digitais. Contudo, após tanto tempo distante dos olhares, abraços e diálogos com nossos estudantes, nos parece que as relações fragilizaram, que a função da escola ficou centrada nos momentos síncronos reduzidos perante a intensidade que acontece no ensino presencial.
Desse modo, esta conversa tem por objetivo propor o desenvolvimento de um projeto para o fortalecimento desse vínculo e, especialmente, para a manutenção da função social da escola. É ela dentro da sua comunidade, e para além desta também, que proporciona a compreensão das reais necessidades e promove condições para ação dos estudantes no sentido da emancipação. O professor José Pacheco sempre nos lembra em suas falas que a escola não prepara para a cidadania, ela deve agir na cidadania. É fazendo que se aprende!
Este momento incerto já sinaliza para uma possível hibridez do ensino por um período superior ao ano letivo de 2020. Assim, um projeto robusto envolvendo a escola como um todo potencializa esses propósitos. Nessas condições, o projeto objetiva estabelecer uma rede de colaboração denominada “Preciso de ajuda ou Posso ajudar?”, por meio de um canal no YouTube. A ideia é trazer vídeos das pessoas que possuem alguma habilidade/ação para ensinar e também trazer vídeos de pessoas que demandam desenvolver alguma habilidade/ação.
Caso a pessoa não queira se expor, é possível pedir para que o estudante grave um vídeo com essa demanda específica.
Leia também: O professor do presente e o ambiente virtual.
Dentre as possibilidades existentes, indicamos algumas:
Planejar os propósitos e as ações macro do projeto, definir datas limite, planejar a avaliação formativa com seus momentos de feedback, bem como as formas de acompanhamento do projeto por meio de indicadores para os ajustes ao longo do processo.
Considerar, inclusive, um informativo (papel) nos espaços públicos do entorno, tais como vendinhas, padaria, farmácia, salão de beleza, espaços religiosos, bares e outros. Em seguida, abrir as inscrições para a adesão dos estudantes aos temas.
Os responsáveis por cada tema devem se reunir com os estudantes inscritos pelo Meet, Zoom ou outro canal, a fim de estabelecer os propósitos, o planejamento e as equipes de trabalho: a equipe da pesquisa, da edição dos vídeos, da publicação, do acompanhamento para articulação entre as pessoas (Precisa de ajuda e Posso ajudar), inclusive o grupo do marketing. Importa os estudantes atuarem na busca ativa por pessoas que podem contribuir com o tema e aquelas que se interessam pelo tema, começando pelos que estão em casa e são mais próximos, para, em seguida, articular esses interesses no canal.
Na data acordada, lançar o canal nas redes sociais por meio de uma live conduzida pelos próprios estudantes. Pode utilizar o Sympla, recurso que apresentaremos em outro texto deste blog.
Leia também: Repensando a prática docente no contexto da pandemia.
Para orientar a condução e a avaliação, indicamos o aporte em três competências gerais da BNCC. Os modelos apresentados abaixo foram organizados em parceria entre o “Movimento pela base” e o CCR – Center for Curriculum Redesign, intitulado Dimensões e desenvolvimento das competências gerais da BNCC, publicado em 2018.
Leia também: Como trabalhar com os estudantes a distância?
Já pensou o impacto na comunidade? Quantas coisas boas podem aparecer? Então, bom trabalho!
Leonora Pilon Quintas