outubro rosa

Setembro Amarelo, Outubro Rosa, Novembro Azul… Atualmente, é comum que vários meses do ano tenham uma cor correspondente a ele como forma de conscientizar as pessoas a respeito dos cuidados com a saúde em relação a determinada doença ou condição. Nessa “colorimetria anual”, digamos assim, entretanto, uma cor foi pioneira: o rosa.

O Outubro Rosa é um movimento internacional criado ainda no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure com a função de conscientização para o controle do câncer de mama.

Por que, então, 33 anos depois, ainda nos deparamos com dados como o do Instituto Nacional do Câncer (INCA) que apontam o seguinte: na última década, houve um aumento de 20% na incidência da doença e espera-se que, para 2030, ocorram mais de 25 milhões de casos novos?

Talvez seja apenas uma mera elucubração empírica e particular desta que vos escreve, mas será que neste mundo cada vez mais conectado e unido pela força de haters e lovers, não estejamos olhando mais para o outro do que para nós mesmos? Até porque duas palavras fazem toda a diferença na questão da prevenção deste tipo de câncer: autoconhecimento e autocuidado como medidas preventivas.

Fatores de Risco

Para saber como prevenir, é preciso ter conhecimento, primeiramente, das causas ou potenciais estimuladores/desenvolvedores das doenças. Evitar a exposição a fatores de risco pode proteger não só de problemas cardiovasculares, respiratórios, renais, como também do Câncer de Mama. 

Alguns desses fatores, segundo o INCA, são tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e alimentação não saudável. Infecções, fatores ocupacionais e sedentarismo também estão relacionados.

Tabagismo

Dentre os aproximadamente 50 tipos de doenças causadas por esta prática, o câncer é uma delas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se do principal causador de morte evitável.

Consumo de Álcool

Dentre as mais de 200 doenças (cardiovasculares, mentais, hepáticas, dentre outras) elencadas pela OMS como influenciadas por ele, também consta desse rol o surgimento do câncer de mama.

Alimentação

Acontece quando a praticidade segue na contramão da saúde. Fast foods e alimentos ultraprocessados são comumente associados ao processo de desenvolvimento de vários tipos de câncer, inclusive de mama.

Infecções

Embora seja muitas vezes imprevisível ou de difícil prevenção, vacinas e autocuidados podem evitar o contágio por alguns tipos de vírus que causam doenças como hepatite B e C, herpesvírus tipo II e papilomavírus humano, HIV, que elevam o risco para câncer.

Fatores Ocupacionais

A exposição prolongada a agentes cancerígenos presentes no ambiente de trabalho contribui para o surgimento do câncer ocupacional mesmo após interrompida a exposição, e representa de 2% a 4% dos casos da doença.

Sedentarismo

De acordo com alguns estudos, mulheres que praticam pelo menos 30 minutos por dia de caminhada têm 10% menos de chance de desenvolver câncer de mama. Além disso, uma das possíveis consequências do sedentarismo é a obesidade que, por sua vez, pode estimular as células da mama e gerar um tumor.

Como se não bastasse, além de provocar ou contribuir para o desenvolvimento da doença, o sedentarismo pode deixar o paciente menos disposto ao seu enfrentamento.

Outubro Rosa: Definindo o autocuidado

Em relação ao câncer de mama, trata-se de um conjunto de práticas que podem ser adotadas quanto à prevenção e que impactam tanto em relação à redução do risco para o surgimento do problema quanto para a sua detecção precoce.

Detecção precoce

Quando os cuidados preventivos não são suficientes para evitar o surgimento do câncer de mama, a forma mais eficiente de evitar sua progressão é a detecção precoce. E a maneira mais indicada pelos especialistas de se fazer este rastreio é o autoexame das mamas. Que não deve ser realizado apenas nos períodos antecessores aos exames, mas frequentemente. Apenas desta forma é possível autoconhecimento eficiente do próprio corpo, o que possibilita detecção de alterações a qualquer tempo.

Sintomas

  • A apalpação permite sentir a presença de nódulos (caroços) nos seios ou axilas que podem variar de densidade, textura e formato podendo ser duros, irregulares, macios, redondos, atrelados à dor ou não.
  • Inversão do mamilo (quando se direciona para dentro da mama) e/ou dor no mesmo.
  • Presença de secreção pelo mamilo, sanguinolenta ou não. Pode haver, vermelhidão ou descamação do mesmo ou da pele ao redor. Nos casos mais adiantados, pode aparecer uma ulceração na pele com odor desagradável.
  • Mamas quentes ou vermelhas e/ou com inchaço irregular em parte dela.
  • Irritação, retração ou rugosidade da pele.

Rotina de exames

Embora essencial, o autoexame não substitui as consultas regulares ao especialista. Em seu início, a doença costuma ser assintomática sendo detectada apenas por meio de exames como:

  1. Mamografia,
  2. Ultrassom;
  3. Ou ressonância magnética, sensíveis mesmo a nódulos pequenos e imperceptíveis ao toque.

Para mulheres com idade acima dos 40 anos, esse exame deve ser realizado anualmente. Caso tenha histórico na família, essa data se antecipa para dez anos anteriores, aos 30.

Vale lembrar que, para além e aquém dessa faixa etária, visitas regulares ao ginecologista, desde o momento da menstruação, são indispensáveis.

Incidência 2023

Pode-se falar qualquer coisa a respeito, menos que o câncer de mama não é uma doença “democrática”, digamos assim. Ele é o tipo do que mais acomete mulheres em todo o mundo, independente do grau de desenvolvimento ou IDH do país.

As taxas de incidência, entretanto, variam entre as diferentes regiões do planeta e, pasmem, com as maiores taxas nos países desenvolvidos.

Para o Brasil, foram estimados 73.610 novos casos para 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres.

No país, dentre as pessoas do gênero feminino, o problema ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Mais dados 

  • Cerca de 38% dos diagnósticos só ocorrem em fases avançadas da doença.
  • Cerca de 37% dos casos levam mais de 30 dias para confirmação diagnóstica após a consulta.
  • 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados por meio de hábitos de vida saudáveis.
  • 54% das mulheres subestimam a importância da mamografia.
  • 67% das pacientes que tiveram câncer de mama já haviam passado pelo diagnóstico de alguém próximo.
  • Detectando nos estágios iniciais, o câncer de mama tem até 95% de chances de cura.

Fonte: Federação das Entidades Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) – https://femama.org.br/site/outubro-rosa-2023/     

Sobre o Outubro Rosa

Em 2018, foi instituída a Lei nº 13.733, que determinou o mês de outubro como o de conscientização sobre o câncer de mama. Um período propício e destinado ao desenvolvimento de atividades, tais como:

I – iluminação de prédios públicos com luzes de cor rosa;

II – promoção de palestras, eventos e atividades educativas;

III – veiculação de campanhas de mídia e disponibilização à população de informações em banners , folders e outros materiais ilustrativos e exemplificativos sobre a prevenção ao câncer.

A participação do Instituto Nacional de Câncer (INCA), desde 2010, tem acontecido com vistas à promoção de eventos técnicos, debates e apresentações sobre a temática, além da produção de materiais e outros recursos educativos.

Tema 2023: Eu cuido da minha saúde todos os dias. E você?

Para o ano de 2023, a Federação das Entidades Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) lançou a temática Com mais Empatia, somos mais Vida. O objetivo é alertar a todos, de forma geral, sobre a importância da detecção precoce da doença e do seu impacto na vida não apenas da paciente, mas na de todos ao redor dela: família, amigos, comunidade.