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Até dois anos atrás, a maioria da humanidade compartilhava um dos seus raros consensos: o de que o ciclo até então natural de evolução do mundo era caracterizado pelo movimento ininterrupto.

Ao longo das décadas, artistas brasileiros, por exemplo, fizeram seus conterrâneos cantarem em coro que “o tempo não pára” e que “tudo muda o tempo todo no mundo…”.

Quantos anônimos e famosos não utilizaram, ao menos uma vez, a expressão “para o mundo que eu quero descer”? Eis que em março de 2020, o impensável aconteceu e o planeta Terra “parou”, estacionou.

Um acometimento, em humanos, de uma nova doença em território asiático alcançou todos os continentes e obrigou bilhões de pessoas a desacelerar e se distanciarem umas das outras.

Dentre os vários desdobramentos sociais, econômicos e emocionais do isolamento advindos da pandemia da Covid-19, um deles atingiu um aspecto indissociável ao sentido de continuidade: a educação. Ela se define nos dicionários, dentre outras palavras, como habilidade desenvolvida por meio do seu exercício contínuo.

Esse recesso compulsório, depois substituído pela pedagogia alternativa do virtual, provocou o aumento de um dos já imensos gargalos brasileiros: a defasagem educacional. Levando em conta esse contexto, a Editora Ática lança a Coleção Retomadas.

O objetivo é contribuir para que docentes e estudantes revivam, repensem e reorganizem o pensamento. E, assim, retomar a aprendizagem que, de algum modo, ficou pelo meio do caminho.


Quer saber mais sobre a Coleção Retomadas? Então, confira o conteúdo que preparamos para você!

Defasagem Educacional Brasileira pós-pandemia

Defasagem Educacional Brasileira pós-pandemia

Claro que a defasagem de aprendizagem é algo anterior à COVID-19. Tanto que a oferta de aulas de reforço e recuperação para alunos considerados com aproveitamento insuficiente já constava em documentos como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1971.

A pandemia recrudesceu as deficiências deste cenário, de defasagem educacional, já problemático.

Isso porque é apenas na escola que os estudantes podem desenvolver determinadas habilidades e competências, tais como:

  • aprimorar e ampliar o seu conhecimento de mundo;
  • compreender, de forma mais assertiva, como, quando e onde pesquisar, além de praticar e socializar os conhecimentos alcançados.


De acordo com matéria publicada pela Revista Exame, em março de 2022, a defasagem escolar de crianças e jovens em leitura, escrita e matemática pode chegar até quatro anos após o isolamento social.

O diagnóstico, realizado em 2021, é do grupo Alicerce Educação, que avaliou 2.763 alunos em todo o Brasil, identificando suas lacunas de aprendizagem. Dentre estes, 2.265 entre cinco e 13 anos, 237 entre 14 e 25 anos e 261 adultos, com idade superior a 25 anos.

Os índices dizem respeito à defasagem escolar média, ou seja, entre o conteúdo do ano em que o aluno estava matriculado versus o que ele efetivamente demonstrou dominar na avaliação.

Considerando todos os entrevistados, mais de 90% apresentam esta defasagem, sendo subdividida das seguintes formas:

Infográfico defasagem crianças

A defasagem em números

Reportagem de julho deste ano do Correio Braziliense corrobora a matéria da Exame. De acordo com a publicação, 90% dos professores brasileiros apontam a defasagem na aprendizagem como um dos maiores desafios enfrentados no processo de educação durante a pandemia.

A pesquisa, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostra também que a maior parte dos docentes constatou falha nos dispositivos de acesso à internet para a realização de atividades, o que foi preponderante para a descontinuidade das mesmas. A pesquisa considerou mais de 1.800 professores entre setembro de 2021 até abril deste ano.

O que é e como fazer a remediação da aprendizagem?

“Remediação da Aprendizagem” não é o mesmo que ter dificuldades nesta seara ou realizar recuperação no sentido de reforço escolar.

É estabelecer possibilidades didáticas para que os estudantes aprendam o que não tiveram possibilidade anteriormente em virtude das consequências do isolamento social, como as limitações de acesso às aulas remotas (qualidade de conexão de internet e/ou ausência de conectividade, falta de recursos para a realização de atividades digitais propostas pelas escolas e redes etc.).

Diante desse cenário – levando em consideração dois marcos decisivos: a implementação da BNCC como um novo paradigma curricular e o contexto tão complexo como o atual – há uma convocação para que toda a comunidade escolar reflita sobre como recompor estas aprendizagens.

Neste momento, algo que se torna imprescindível durante todo o ano letivo e não mais apenas no seu início. Para tanto, faz-se necessário o reconhecimento de vários aspectos envolvidos neste processo.

Novas práticas pedagógicas 

As novas ações a serem implementadas devem vir das experiências, muitas delas inéditas, que se mostraram efetivas durante a pandemia.

Uma delas, por exemplo, é a ênfase à priorização curricular, com a opção por uma seleção de habilidades e objetos de aprendizagem mais relevantes, que garantam uma trajetória escolar coerente para a área de conhecimento, a etapa e o ano de escolaridade dos estudantes. Neste caso, não compete tanto a concepção de aulas de recuperação, propriamente ditas.

Outra possibilidade é a prática de propostas de avaliação diagnóstica diversas, com o intuito de compreender quais são os saberes prévios dos estudantes de forma integral.

Algo que proporciona um olhar para a heterogeneidade das aprendizagens de cada classe e, consequentemente, também mais aberto para as diversas possibilidades de interação e construção do conhecimento.

A professora ou o professor pode, ainda, elaborar estratégias pedagógicas visando ao desenvolvimento do protagonismo discente, da cooperação e da colaboração, da reorganização e da ressignificação de práticas de ensino e aprendizagem, em que estudantes, com diferentes estágios de aprendizagem, atuem em colaboração, por exemplo.

A Coleção Retomadas

A Coleção Retomadas

Visando contribuir para o trabalho de remediação de toda essa defasagem da aprendizagem, a editora Ática lança a Coleção Retomadas, que reúne uma série de atividades com o propósito de apoiar o docente a remediar essa problemática junto aos estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa e Matemática.

Os livros são distribuídos em cinco níveis diferentes, com quatro fascículos para cada um, somando um total de 20 títulos independentes.

Embora haja uma gradação de complexidade entre os fascículos, eles não estão atrelados aos anos de escolaridade, mas a níveis de dificuldade. Assim, sua utilização fica totalmente a critério dos professores, a partir das necessidades da turma.

Por ter este formato de independência entre os volumes, os docentes podem utilizá-los de acordo com os resultados das avaliações diagnósticas dos seus alunos, independentemente do nível a que este fascículo pertença.

O que resulta em um trabalho mais personalizado e direcionado às características de cada turma.

Os fascículos são apresentados em duas versões: para o estudante e para o professor. Do guia do estudante, o docente deve imprimir atividades e aplicá-las ao seu critério. Já o do professor traz orientações quanto ao modo de aplicar e avaliar as atividades propostas.

Coleção Retomadas em Língua Portuguesa

Dentro de cada um dos fascículos são trabalhados, sempre, três eixos temáticos:

  • Leitura; 
  • Análise e Reflexão sobre a Língua; 
  • Práticas de Escrita e Leitura em Voz Alta. 

Todos estão organizados por temas atrativos ao universo infantil, além de conterem propostas de avaliações processuais e ideias para remediação das defasagens que persistem mesmo após a aplicação das atividades.

Há todo um esforço voltado, principalmente, aos estudantes que estavam em fase de alfabetização ou no período de consolidação das aprendizagens acerca do sistema de escrita alfabética.

Promovem, assim, diagnósticos acerca dos conhecimentos associados à oralidade, à leitura, à escrita e à análise linguística já construídos pelos estudantes, para que o docente consiga ter mais clareza quanto o que deverá priorizar e traçar estratégias para dirimir as defasagens encontradas.

O tema geral do fascículo 1, nível 1, por exemplo, é “Brinquedos e brincadeiras”. Traz 16 atividades, divididas em quatro sequências, sendo uma para cada eixo temático. Situações de leitura, escrita, oralidade e análise e reflexão sobre a língua que abordam o cotidiano da criança, oferecendo aprendizado durante a brincadeira.

Coleção Retomadas em Matemática

Em Matemática, também os fascículos se relacionam ao universo infantil e estão organizados por temáticas deste componente. No caso, cinco:

  • Números; 
  • Álgebra; 
  • Geometria; 
  • Grandezas e Medidas; 
  • Probabilidade e Estatística.

O Guia do Professor fascículo 1, nível 1, por exemplo, traz atividades sobre conceitos de contagem, reconhecimento de números no contexto diário, quantificação de elementos, agrupamentos, comparação de números naturais, situações envolvendo ideias intuitivas das operações de adição e subtração, sequências recursivas, localização de objetos e pessoas no espaço, reconhecimento de figuras geométricas espaciais, medidas de tempo, o uso de calendários e a coleta e organização de informações.

São, ao todo, 18 atividades, orientadas para a condução e a aplicabilidade em sala de aula, destinadas à realização de uma avaliação processual, permitindo o acompanhamento constante do processo de aprendizagem de cada estudante.

A cada sequência de atividades, é oferecida uma grade com os critérios a serem adotados naquele assunto. Tudo para que o professor possa avaliar em que estágio do desenvolvimento cada estudante se encontra.

Há, ainda, opções para que o docente possa remediar as defasagens encontradas, o que significa que a avaliação processual serve não apenas para aferição de desempenho, mas também como ferramenta de planejamento e intervenção pedagógica no processo de aprendizagem.


Gostou de saber mais sobre a Coleção Retomadas? Então, ajude seus alunos na retomada da aprendizagem no pós-pandemia!

Patrícia Monteiro de Santana é jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco em 2000. Com atuações em veículos como TV Globo, Revista Veja e Diário de Pernambuco, além de atuante em assessoria de comunicação empresarial, cultural e política.