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Como é a Educação Pública no Brasil? Dados, importância e história

23 de maio de 2025,
E-docente
Conheça os principais dados e desafios da Educação pública no Brasil

A Educação pública no Brasil avançou nas últimas décadas, mas ainda enfrenta desafios estruturais que comprometem sua qualidade. 

Dados recentes do IBGE revelam desigualdades significativas no acesso e permanência escolar, com 9 milhões de jovens entre 14 e 29 anos sem concluir o Ensino Médio.

Além disso, pesquisas indicam que 47% dos brasileiros consideram a Educação pública no Brasil ruim, refletindo a percepção generalizada sobre os problemas do sistema. 

Para compreender esse cenário complexo, é preciso analisar sua trajetória histórica, conquistas e obstáculos atuais.

A evolução histórica da Educação pública no Brasil

A trajetória da Educação pública no Brasil é marcada por avanços lentos e descontinuidades.

Primeiramente, durante o período colonial, o ensino era restrito às elites e controlado principalmente por ordens religiosas, com foco na formação de uma pequena parcela da população.

Leia mais: 8 curiosidades sobre educação no Brasil

Somente após a independência, em 1822, surgiram as primeiras tentativas de organização de um sistema educacional nacional, ainda que extremamente limitado.

O grande salto ocorreu no século XX, com destaque para a Constituição Federal de 1988, que estabeleceu a educação como direito de todos e dever do Estado e da família, com promoção e incentivo por parte da sociedade.

Em virtude das pressões sociais e econômicas, a universalização do acesso à educação básica tornou-se prioridade na década de 1990, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 1996 e a criação do FUNDEF, posteriormente substituído pelo FUNDEB.

De fato, apenas em 2009, com a Emenda Constitucional nº 59, o Brasil estabeleceu a obrigatoriedade escolar dos 4 aos 17 anos, representando um marco importante na garantia do direito à educação.

Cenário atual da educação brasileira em números

Não raro, o debate sobre a Educação pública no Brasil carece de dados concretos.

Contudo, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2023, apenas 54,5% dos brasileiros com 25 anos ou mais possuem formação básica completa, o que evidencia um grande contingente sem escolaridade adequada.

Dados do QEdu mostram que, embora tenhamos 47,3 milhões de alunos matriculados na educação básica, dos quais 80% estão na rede pública, a qualidade do ensino permanece como um desafio significativo.

Em primeiro lugar, as taxas de abandono escolar continuam alarmantes. Conforme pesquisa da FGV, cerca de 9 milhões de pessoas entre 14 e 29 anos não concluíram o Ensino Médio, tendo como principais motivos:

  1. Necessidade de trabalhar (39,1%)
  2. Falta de interesse (29,2%)
  3. Cuidados domésticos ou com familiares (7,5%)
  4. Dificuldade de acesso à escola (5,5%)

Da mesma forma, a disparidade regional é evidente. 

Enquanto estados do Sul e Sudeste apresentam melhores indicadores educacionais, regiões Norte e Nordeste enfrentam obstáculos mais severos, com infraestrutura precária e resultados acadêmicos inferiores.

Desigualdades e acesso à educação de qualidade

As desigualdades na Educação pública no Brasil refletem e perpetuam as disparidades sociais existentes.

Sem dúvida, estudantes de classes sociais menos favorecidas enfrentam barreiras significativas. 

Segundo matéria da Agência Brasil, o IBGE revelou que o acesso à educação ainda é profundamente desigual, com fatores como renda familiar, cor e região geográfica influenciando diretamente as oportunidades educacionais.

Leia mais: Educação e antirracismo: Vamos refletir sobre uma educação antirracista!

Por conseguinte, observamos uma realidade de dois pesos e duas medidas: enquanto 79,4% dos jovens de 18 a 24 anos entre os 20% mais ricos da população frequentam o ensino superior, apenas 13,5% dos 20% mais pobres conseguem o mesmo acesso.

Em contrapartida, houve avanços importantes, como a queda na taxa de analfabetismo, que caiu de 11,5% em 2001 para 5,6% em 2022, demonstrando que políticas públicas continuadas podem gerar resultados positivos.

Principais desafios e perspectivas futuras

Embora o Brasil tenha ampliado significativamente o acesso à educação nas últimas décadas, a qualidade do ensino segue como um dos principais gargalos da Educação pública no Brasil.

Primordialmente, é necessário enfrentar a questão da valorização dos professores. Com salários abaixo da média de profissionais com formação equivalente e condições de trabalho frequentemente precárias, a atratividade da carreira docente fica comprometida.

Além disso, a infraestrutura escolar inadequada representa outro obstáculo. Conforme dados do Censo Escolar, muitas escolas ainda carecem de bibliotecas, laboratórios, internet de qualidade e até mesmo saneamento básico.

Alguns dos principais desafios a serem enfrentados na Educação pública no Brasil ainda incluem:

  1. Redução das desigualdades educacionais entre regiões, classes sociais e grupos étnico-raciais
  2. Melhoria da formação inicial e continuada de professores
  3. Modernização de currículos e práticas pedagógicas
  4. Ampliação do investimento público em educação
  5. Fortalecimento da gestão democrática e participativa nas escolas

De acordo com especialistas, para superar esses obstáculos, são necessárias políticas públicas consistentes e de longo prazo, que transcendam gestões governamentais e estabeleçam a educação como prioridade nacional verdadeira.

Conclusão

A Educação pública no Brasil continua sendo um campo de contradições, onde avanços quantitativos contrastam com desafios qualitativos persistentes.

Embora tenhamos conquistado a universalização do acesso ao ensino fundamental e ampliado significativamente as matrículas no ensino médio e superior, ainda enfrentamos problemas graves de qualidade, equidade e permanência na Educação pública no Brasil.

Em síntese, transformar o cenário atual exige esforço coletivo de toda sociedade, não apenas dos governantes. 

Afinal, uma Educação pública no Brasil de qualidade representa não apenas um direito fundamental, mas o alicerce para o desenvolvimento socioeconômico sustentável do país e para a formação de cidadãos plenos, conscientes e participativos.

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