Química que Inspira a Vida Real: Entrevista com os autores de Ciência Viva

Aprovada no PNLD 2026, a coleção Ciência Viva: Química, da Editora Scipione, chega para inovar o ensino e a aprendizagem da disciplina. Para entender melhor a proposta da obra, conversamos com os autores Eduardo Mortimer, professor emérito e pesquisador do CNPq, Andrea Horta, professora titular da UFMG, e Alfredo Mateus, professor de química no Colégio Técnico da UFMG. Juntos, eles nos explicaram como a BNCC e a formação cidadã guiaram a criação do material. Veja a seguir a conversa que tivemos com eles:
Uma Química para o Pensamento Científico
A obra foi desenvolvida para ir além da memorização, focando no desenvolvimento do pensamento científico. “Para contemplar o pensamento do estudante e os diferentes contextos nos quais a Química é relevante, é necessário que o programa seja bem dimensionado em relação à quantidade de conceitos a serem abordados e que promova o desenvolvimento dos conceitos científicos”, afirmam os autores. A abordagem enfatiza a importância de trabalhar não apenas os conteúdos conceituais, mas também os procedimentais e os atitudinais.
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“Nossa proposta de Química no contexto desta coleção busca contemplar aspectos conceituais fundamentais que permitam a compreensão da constituição, das propriedades e das transformações dos materiais, destacando implicações sociais relacionadas à sua produção e ao seu uso”, explicam.
A relação entre conceitos e contextos é fundamental, e o aprendizado se dá por meio de fenômenos, teorias e representações. “É muito importante que [os estudantes] possam interagir com fenômenos para pensar sobre eles e estabelecer relações. Assim, pretendemos mediar a elaboração de uma forma de pensar própria da química”, completam.
A Química como Ferramenta para a Cidadania
O objetivo principal da coleção é a formação de cidadãos. “A Química pode fornecer instrumentos de leitura do mundo, alfabetizando-o cientificamente e, ao mesmo tempo, desenvolver certas habilidades básicas para ele viver em sociedade”, destacam os autores.
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O enfoque contextual privilegia a resolução de problemas abertos, “nos quais o estudante deverá considerar não só aspectos técnicos como também sociais, políticos, econômicos e ambientais, o que resulta numa demanda por abordagens interdisciplinares no Ensino Médio.”
Para que os estudantes se tornem capazes de interpretar informações de diversas fontes, a obra estimula o raciocínio químico na solução de problemas do dia a dia, um aspecto crucial para a formação cidadã.
Estratégias que Aprofundam o Conhecimento
A obra Ciência Viva: Química utiliza diferentes estratégias para promover uma aprendizagem completa e estimulante. Os autores detalham:
- Investigação: A seção propõe atividades que estimulam o engajamento dos estudantes em práticas investigativas. Eles são incentivados a elaborar perguntas científicas, propor hipóteses, analisar dados, usar evidências, argumentar e construir conclusões.
- Projetos: Com o objetivo de trabalhar temas de forma ampla e contextualizada, os projetos “têm um caráter de atividade integradora e interdisciplinar, pois promovem a interação do conhecimento científico relacionado a diferentes áreas do conhecimento.”
- Reflexão: O objetivo é expandir o conteúdo, abordando “questões relacionadas ao que foi visto ao longo da seção Investigação ou Projeto.”
- Para saber +: Esse box traz sugestões de internet, filmes, livros e aplicativos, permitindo “aprofundamentos dos conteúdos estudados no capítulo” e incentivando a consulta de diferentes fontes.
- Dialogando com as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: “Nesse boxe são exploradas as relações entre as Ciências da Natureza e suas Tecnologias e a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. O objetivo é promover uma compreensão mais integrada sobre alguns temas, contextualizando-os e ampliando a visão sobre eles.”
- Um pouco de história: Episódios da História “podem auxiliar na compreensão contextualizada dos conhecimentos” relacionados ao tema do capítulo.
- Mundo do trabalho: Este boxe “possibilita reflexões sobre as relações entre os conteúdos trabalhados e o mundo do trabalho, a partir de textos, atividades, pesquisas, discussões e produções textuais.”
A Experimentação como Ponto de Partida
O diferencial da coleção é a visão sobre a experimentação, que vai muito além do ensino tradicional. Os autores observam que, “no ensino tradicional, o experimento, quando existe, é geralmente separado da teoria e serve apenas para comprová-la.” Eles contrapõem essa visão com a proposta da obra: “na coleção Ciência Viva, a experimentação é algo que faz parte de praticamente todos os capítulos, sempre como um ponto de partida para discussões e a produção de modelos e explicações.”
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“Nossa abordagem não tem foco nas classificações. Buscamos sempre possibilitar o desenvolvimento do raciocínio dos estudantes”, explicam. A coleção traz experimentos intrigantes e acessíveis, que utilizam fenômenos como fio condutor, permitindo aos estudantes vivenciarem o “fazer” químico e se engajarem de verdade com a matéria.
O Diferencial que Prepara para o Mundo do Amanhã
A coleção se destaca por sua organização e abordagem. “Sempre iniciamos com um fenômeno (atividade experimental, textos), em seguida propomos questões sobre o fenômeno. As questões propostas são respondidas em um texto de fechamento. Esse texto retoma as questões e introduz aspectos teóricos e representacionais relativos ao tema.”
Os autores reforçam que a função do experimento é “contribuir com o processo de elaboração de conceitos e não apenas de comprovar os aspectos teóricos.” A obra prepara os estudantes para os desafios de um mundo impulsionado pela ciência e tecnologia, mostrando como o conhecimento é construído e aplicado na vida real.
Aprender Química é também aprender sobre a natureza dessa ciência, seus processos de investigação e seus métodos. Assim, é importante que nós, professores, chamemos atenção dos estudantes para aspectos relacionados à natureza da ciência, destacando as formas como o conhecimento é produzido, as estratégias de verificação de hipóteses, as incertezas associadas às medidas, a forma como são determinadas propriedades específicas de diferentes materiais, etc.
Conclusão
A coleção Ciência Viva: Química é mais do que um material didático: é um convite à reflexão e à prática. A obra de Eduardo Mortimer, Andrea Horta e Alfredo Mateus se alinha perfeitamente com as diretrizes da BNCC, ao mesmo tempo que vai além, estimulando o pensamento crítico, a investigação e a conexão da Química com o mundo real. Ao priorizar a experimentação e a interdisciplinaridade, a obra forma cidadãos capazes de entender e atuar em um mundo cada vez mais complexo e impulsionado pela ciência e tecnologia.
Quer saber mais sobre como a obra Ciência Viva: Química pode transformar a sala de aula? Visite a página da coleção no site e-docente e descubra todos os diferenciais que a tornam a escolha perfeita para o PNLD 2026!
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