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Como trabalhar a alfabetização emocional na educação infantil

11 de setembro de 2025,
E-docente
Como trabalhar a alfabetização emocional na educação infantil

Se para os adultos o processo de compreender as próprias emoções pode ser um desafio e tanto, imagine para as crianças. Por isso é tão importante ensinar, desde cedo, a identificar o que se está sentindo. Chamamos isso de alfabetização emocional na educação infantil.

Um estudo publicado na revista científica SciElo aponta que, por mais que os sentimentos sejam próprios dos seres humanos, a nomeação deles é aprendida e possui origem social, e quando nos tornamos capazes de identificar nossas próprias emoções, fica mais fácil entender o sentimento de outra pessoa. 

As práticas que estimulam este desenvolvimento, segundo a pesquisa, são relacionadas a saúde mental, regulação emocional e competência social futura.

Enquanto isso, outra pesquisa publicada na mesma revista posteriormente diz que o envolvimento das crianças com as tarefas escolares está ligado ao vínculo emocional com o professor, que funciona como figura de referência essencial nessa fase do desenvolvimento. A pesquisa aponta que o reconhecimento afetivo é mais valorizado pelas crianças do que o próprio sucesso nas atividades.

Alfabetização emocional

O processo de alfabetização emocional consiste em aprender a identificar cada emoção e lidar com ela de forma saudável (para si mesmo e para os outros). Nem todo mundo consegue verbalizar e gerenciar os próprios sentimentos, e isso não envolve só as crianças, já que muitos adultos também têm essa dificuldade. 

É justamente para evitar que esse processo se estenda até a fase adulta que é tão importante apresentar o conceito das emoções logo na infância. 

Leia mais: Ciência na Educação Infantil: Como Despertar a Curiosidade Científica nas Crianças

Esse processo de desenvolvimento vai além do saber intelectual e envolve aspectos afetivos, sociais e culturais. Ao aprender a diferenciar sentimentos como raiva, tristeza, alegria ou frustração, a criança começa a construir uma consciência emocional que será essencial para a formação da empatia, do autocontrole e da autoconfiança. 

Alfabetização emocional na educação infantil 

É aí que entra o trabalho de alfabetização emocional na educação infantil, que envolve o uso de práticas pedagógicas para ajudar as crianças a reconhecer o que sentem, dar nome às emoções, entender o que as provoca e buscar formas adequadas de expressar.

Isso pode ser feito por meio de histórias, rodas de conversa, dramatizações, atividades com expressões faciais e jogos cooperativos. Mais à frente, vamos explorar ideias práticas que podem ajudar o professor a inserir no cotidiano em sala de aula.

Em tempo, vale lembrar que quando esse trabalho é conduzido por educadores sensíveis e afetivamente disponíveis, os efeitos são ainda mais significativos, promovendo um ambiente de confiança, segurança emocional e aprendizagem mais efetiva.

Como trabalhar a alfabetização emocional na educação infantil

O primeiro passo é criar um ambiente acolhedor, onde as crianças se sintam seguras para expressar o que estão sentindo sem medo de julgamento. O professor deve agir como um mediador atento, validando as emoções das crianças e ajudando a nomeá-las com clareza.

Isso significa estar disponível para escutar com empatia, reconhecer quando uma criança está frustrada, irritada ou feliz, e usar essas situações como oportunidades de aprendizado.

Experimente dizer frases que remetem ao emocional ao longo do dia, como “parece que você ficou triste com isso” ou “você está muito animado hoje”, assim a criança começa a associar palavras aos sentimentos.

O professor também pode incorporar momentos específicos do dia para refletir sobre as emoções, criando rotinas em que esse tipo de conversa seja valorizado. Para isso, o uso de histórias, músicas e brincadeiras pode ajudar. A seguir, você confere algumas dicas de atividades:

1. Roda das emoções 

Uma ideia para atividade envolvendo a alfabetização emocional é a roda das emoções. Não precisa ser nada complicado: apenas uma roda com cartões contendo rostos que expressem diferentes emoções (alegria, medo, raiva, tristeza, surpresa etc). Para se conectar com a geração atual, pode até colocar os famosos emojis.

Leia mais: Quando a literatura e a brincadeira se entrelaçam na escola de Educação Infantil 

As crianças escolhem um cartão e contam, com ajuda do professor, uma situação em que sentiram aquela emoção. Essa atividade promove o reconhecimento e a nomeação das emoções, além de incentivar a escuta e o respeito pelas vivências dos colegas.

2. Histórias

O professor também pode escolher livros infantis que abordem emoções e após a leitura, promover uma conversa guiada sobre o que os personagens sentiram, por que se sentiram assim e o que fizeram diante disso. A atividade fortalece a escuta, o vocabulário emocional e a capacidade de se colocar no lugar do outro.

Leia mais: A Importância da Professora de Educação Infantil

3. Filmes

A Pixar entregou de bandeja um material completo para trabalhar a alfabetização emocional com o público infantil ao lançar a franquia Divertida Mente. O professor pode passar esse filme na sala de aula ou trazer atividades temáticas do filme, com os personagens, para que os alunos se identifiquem e opinem sobre eles. Outros filmes com temática semelhante também são muito válidos.

Leia mais: Educando o olhar: a importância da linguagem audiovisual na escola

4. Painel “Como estou me sentindo hoje?”

Para as crianças, quanto mais direto e ilustrativo for, melhor. Então o professor pode disponibilizar um painel com rostos ou emojis representando diferentes emoções na entrada da sala. Todos os dias, ao chegar, a criança escolhe qual sentimento melhor representa seu estado naquele momento. O professor pode usar essa informação para acolher melhor os alunos e adaptar as interações com base nas necessidades emocionais do grupo.

Conclusão: a importância da alfabetização emocional na educação infantil

Trabalhar a alfabetização emocional na educação infantil exige escuta ativa e ações concretas. Ao criar um ambiente emocionalmente seguro, propor atividades e agir como referência afetiva, o professor contribui diretamente para a formação de pessoas mais equilibradas e conscientes de si. Afinal, aprender a lidar com as emoções é tão importante quanto aprender a ler e escrever.

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